O Dia Mundial da Alimentação, comemorado anualmente no dia 16 de outubro, foi marcado por atividades de orientação sobre alimentação e saúde no calçadão da Rua XV de Novembro. A composição dos alimentos industrializados foi uma das orientações que mais chamou a atenção dos participantes. Durante o atendimento, foram apresentados diversos tipos de alimentos industrializados e as respectivas quantidades de sal, açúcar ou gordura. Os participantes também puderam checar as próprias medidas – peso e altura – e receber orientações sobre alimentação.
“Este é um trabalho de orientação para resgatar o hábito de se consumir alimentos produzidos em casa. A entrada do alimento industrializado e das refeições fast food tomou conta da mesa do brasileiro. Os produtos industrializados, habitualmente, apresentam grandes quantidades de sal, açúcar e gordura, trazendo prejuízos à saúde se consumidos com frequência”, alerta a nutricionista Silvia Rocha, responsável pelo setor de Educação Alimentar da Secretaria de Abastecimento.
A ação direta com a população contou com a participação de uma equipe multidisciplinar de parceiros do Conselho Municipal de Segurança Alimentar (Comsea), realizada em conjunto com a Secretaria Municipal de Abastecimento (Smab), Secretarias Municipal de Saúde, conselhos regionais de Nutrição e Serviço Social e com a Federação Paranaense das Associações de Produtores Rurais do Paraná (Fepar).
Industrializados
As quantidades dos componentes de alimentos industrializados, como em uma latinha de refrigerante (de 350 ml) impressionou quem acompanhou as apresentações. Em apenas uma lata há a adição de três a quatro colheres de açúcar. Relação semelhante tem os sucos prontos, apresentados como naturais. Na caixa de suco pronto, de um litro, há 125 gramas de açúcar e quando há a inscrição néctar de determinada fruta significa que ali contém a polpa da fruta adicionada de 40% de açúcar.
Outro produto que despertou a atenção foram as bolachas recheadas, largamente consumidas pelas crianças. Em um pacote de 150 gramas há 33 gramas de gordura, o que representa uma colher de sopa cheia. A barra de chocolate, de 170 gramas, contém 58 gramas de gordura, que seria uma colher de sopa bem cheia.
O sal é outro composto, que em excesso torna-se inimigo da saúde. Nos produtos industrializados, a substância está presente inclusive em alimentos doces, como iogurte tipo petit suisse, oferecido às crianças. Em apenas um potinho há quantidade suficiente para a necessidade diária de um adulto, que é de até uma colher de chá. As quantidades diárias recomendadas de açúcar e gordura variam de acordo com faixa etária, peso e condições gerais de saúde.
“Adorei. Sinto até vergonha de não saber o que a gente come, como ler o rótulo de um produto. Fiquei horrorizada de saber a quantidade de açúcar existente nos industrializados”, admitiu a professora e psicóloga Maria Thereza Bond. Ela também recebeu orientações sobre cursos gratuitos oferecidos pela Secretaria de Abastecimento e aprovou o trabalho. “Não sabia de todo esse trabalho oferecido pela Prefeitura e achei muito interessante, muito bom”, concluiu.
Medidas
A relação entre peso e altura também atraiu o interesse de quem visitou as barracas montadas em frente da Boca Maldita. A nutricionista da Secretaria Municipal de Saúde Karyne Santana explicava, a cada atendimento, que um prato saudável deve ser composto pela metade de verdura e a outra metade deve ser dividida entre algum tipo de carne, arroz e feijão. “Esse é um prato básico, mas a carne pode ser substituída por peixe ou frango e o arroz de preferência integral. Sempre é bom lembrar que a alimentação isolada não ajuda, tem que ter o acompanhamento de uma atividade física”, orienta Karyne.
O advogado Wilson do Rosário, de 73 anos, ficou surpreso ao saber que ele pode comer feijão, pois ele tem diabetes. Ele também apresentou sobrepeso. De acordo com as medidas feitas pela nutricionista, o advogado pesa 96,2 quilos para 1,77 metro de altura, que resulta em 30,7 de IMC (Índice de Massa Corporal), o que representa que está acima do peso ideal. “O IMC avalia a distribuição do peso. Nós dividimos o peso pela altura ao quadrado, se der acima de 27 significa que é preciso emagrecer, há sobrepeso”, explica Karyne.
“Fiquei surpreso. Sempre pratiquei esporte, jogo futebol, tênis e golfe. Você se descuida um pouco e tem problema. Achava que não podia comer feijão, só estava comendo peixe e legumes”, contou Rosário. Além das medidas antropométricas, os participantes também puderam avaliar a gordura abdominal. Para mulheres a medida da circunferência deve ser de até 80 centímetros e para homens de 94 centímetros. Se passar desse valor indica que há um risco a mais para apresentar doenças cardíacas. “A gordura abdominal favorece o aumento do colesterol, dos triglicerídios e da glicemia, o que pode provocar o aparecimento do diabetes. Há estudos sobre a relação do depósito de gordura abdominal e algumas doenças”, conclui a nutricionista.
Entre outras orientações, o setor de Agricultura Urbana da Secretaria de Abastecimento também apresentou exemplares de hortaliças e condimentos em vasos. O objetivo era estimular a criação de hortas caseiras e mostrar à população que, mesmo com pouco espaço, é possível produzir hortaliças em casa. Os eventos realizados nesta quarta-feira (16) integram a programação da Semana Mundial da Alimentação, que prossegue até esta sexta-feira. Para obter mais informações e a programação completa acesse o site www.comsea.curitiba.pr.gov.br, ou pelos telefones (41) 3350-3833 ou 3878.
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